Cerca de duas dezenas de soldados franceses deram entrada no lugar de Olhão no dia 14 de Abril de 1808. Os editais de Junot começam então a ser publicados, com prejuízos drásticos sobre uma população que vivia essencialmente do mar. Entre vários vexames sofridos, o Compromisso Marítimo de Olhão foi obrigado a cobrar aos pescadores para que pudessem ir ao mar. Estes também estavam sujeitos ao pagamento dum imposto para se dirigirem à costa de África, que costumavam frequentar. Qualquer contrabando estava expressamente proibido, condenando-se à pena de morte quem infringisse a medida. Quem quisesse sair do Algarve e quem tivesse bens tinha que pagar outros tributos. Como se não bastasse, os franceses roubaram ainda toda prata que constava na sua Igreja.
Apesar de o príncipe regente D. João ter decretado aos portugueses para não se rebelarem contra o invasor (antes de partir com a sua família para o Brasil), todas estas afrontas começavam a fazer fervilhar nos olhanenses sentimentos hostis aos franceses, ao ponto de estes, em Faro, se queixarem daqueles pescadores (que aí tinham de se dirigir para contribuir para o então chamado prato do governador francês), dizendo que os olhanenses eram "má gente", porque nunca olhavam para eles, franceses, com olhos direitos… O sentimento de revolta – aliás, praticamente geral em todo o Algarve – foi crescendo à medida que os franceses pressionavam e saqueavam o povo.
Tal "má gente" teria sido facilmente excitada, um pouco mais adiante, com as notícias dos motins dos vizinhos espanhóis. Napoleão traíra a família real espanhola, fazendo-a abdicar do seu poder a favor de José Bonaparte, irmão do imperador francês. Em Maio de 1808, o povo espanhol começara a revoltar-se contra esta medida. Em finais do mesmo mês, o alastrar desses motins chegara à Andaluzia, criando-se em Sevilha uma Suprema Junta de Governo que, a 6 de Junho, declarara guerra à França. Começaram então a desembarcar os primeiros auxílios de tropas inglesas em Sevilha.
No mesmo dia 6 de Junho, tendo conhecimento do que se está passando em Espanha, o general espanhol Domingo Belestá, destacado para o Porto, decide prender o general francês François-Jean-Baptiste de Quesnel e entregar o poder à Junta Governativa portuguesa formada na ocasião. No dia seguinte, ao ver hastear a bandeira nacional, os portuenses excitam-se, embora as próprias autoridades portuguesas tentem acalmar os ânimos mais exaltados. Não obstante, o sucesso maior deste levantamento foi a sua rápida divulgação, o que originará várias insurreições ao longo de todo o país, nos dias seguintes, sobretudo no norte do país. A notícia acabará mesmo por chegar ao Algarve, através de dois barcos de pesca vindos.
Bibliografia : Revolta de Olhão – Wikipédia, a enciclopédia livre
pt.wikipedia.org › wiki › Revolta_de_Olhão
Trabalho realizado por: Diana Rodrigues, Iris Pinheiro e Carolina Mostynska
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