segunda-feira, 15 de março de 2021

A revolução da vila de Olhão da restauração




Cerca de duas dezenas de soldados franceses deram entrada no lugar de Olhão no dia 14 de Abril de 1808. Os editais de Junot começam então a ser publicados, com prejuízos drásticos sobre uma população que vivia essencialmente do mar. Entre vários vexames sofridos, o Compromisso Marítimo de Olhão foi obrigado a cobrar aos pescadores para que pudessem ir ao mar. Estes também estavam sujeitos ao pagamento dum imposto para se dirigirem à costa de África, que costumavam frequentar. Qualquer contrabando estava expressamente proibido, condenando-se à pena de morte quem infringisse a medida. Quem quisesse sair do Algarve e quem tivesse bens tinha que pagar outros tributos. Como se não bastasse, os franceses roubaram ainda toda prata que constava na sua Igreja.

Apesar de o príncipe regente D. João ter decretado aos portugueses para não se rebelarem contra o invasor (antes de partir com a sua família para o Brasil), todas estas afrontas começavam a fazer fervilhar nos olhanenses sentimentos hostis aos franceses, ao ponto de estes, em Faro, se queixarem daqueles pescadores (que aí tinham de se dirigir para contribuir para o então chamado prato do governador francês), dizendo que os olhanenses eram "má gente", porque nunca olhavam para eles, franceses, com olhos direitos… O sentimento de revolta – aliás, praticamente geral em todo o Algarve – foi crescendo à medida que os franceses pressionavam e saqueavam o povo.


Tal "má gente" teria sido facilmente excitada, um pouco mais adiante, com as notícias dos motins dos vizinhos espanhóis. Napoleão traíra a família real espanhola, fazendo-a abdicar do seu poder a favor de José Bonaparte, irmão do imperador francês. Em Maio de 1808, o povo espanhol começara a revoltar-se contra esta medida. Em finais do mesmo mês, o alastrar desses motins chegara à Andaluzia, criando-se em Sevilha uma Suprema Junta de Governo que, a 6 de Junho, declarara guerra à França. Começaram então a desembarcar os primeiros auxílios de tropas inglesas em Sevilha.

No mesmo dia 6 de Junho, tendo conhecimento do que se está passando em Espanha, o general espanhol Domingo Belestá, destacado para o Porto, decide prender o general francês François-Jean-Baptiste de Quesnel e entregar o poder à Junta Governativa portuguesa formada na ocasião. No dia seguinte, ao ver hastear a bandeira nacional, os portuenses excitam-se, embora as próprias autoridades portuguesas tentem acalmar os ânimos mais exaltados. Não obstante, o sucesso maior deste levantamento foi a sua rápida divulgação, o que originará várias insurreições ao longo de todo o país, nos dias seguintes, sobretudo no norte do país. A notícia acabará mesmo por chegar ao Algarve, através de dois barcos de pesca vindos.

 

Bibliografia : Revolta de Olhão – Wikipédia, a enciclopédia livre

pt.wikipedia.org › wiki › Revolta_de_Olhão

Trabalho realizado por: Diana Rodrigues, Iris Pinheiro e Carolina Mostynska


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Alexandra Daddario

  Day of birthday: 16th march 1986  Country:USA  City: New York  Nationality: American  Job: Actress  Rita Flor, nº 23, 5A

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